quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Rio Meu


Sento-me e olho-te com ternura. Foi nas tuas margens, Tejo, que a minha vida mudou. Nessas margens onde aprendi que o mundo é muito maior que a herdade onde cresci. Foste tu que me mostraste o caminho da imensidão, a direcção do mar. Tu, sim tu, que albergas peixes, patos, barcos, que em ti tens vida e ensinas a viver, a querer, a lutar. Foi nas tuas lezírias que cruzei a minha infância, brincando com os teus afluentes. Foi sob a tua vigilância permanente que fiz e desfiz amizades, que me aventurei nos prados já distantes de casa. Foi em ti, Tejo, que eu aprendi o amor, esse aperto no peito, essa liberdade da alma. Foste tu que me deste um homem, que me casaste, que me permitiste ser feliz. Esse homem já cá não mora, disse que me esperaria, para não ter pressa. Mas tu, Rio, ainda moras neste quadro, nesta parede da casa que apadrinhaste. Tu e a felicidade. Eu e a saudade...


5 comentários:

  1. São os bocadinhos como "me mostraste o caminho da imensidão, a direcção do mar" que me fazem voltar aqui para ler isto.

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  2. O Tejo, o Tejo...

    E todas as direcções e caminhos e imensidões que já me deu... esse Tejo brilhante que nunca desaparecerá...

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