Daniel desliza cauteloso por entre as árvores. Embrenhado na
floresta, segue de longe o ponto luminoso de uma lanterna, ténue, que apenas se
distingue. À sua volta, a escuridão absoluta envolve-o e protege-o. De repente,
a luz detém-se. Daniel aproxima-se, sem fazer qualquer ruído e esconde-se atrás
de um arbusto. Numa clareira, um vulto move-se, recolhendo pequenos pedaços de
lenha. Daniel vem seguindo aquele vulto desde a cidade. O riscar de um fósforo
perturba o negro da noite e uma fogueira nasce, a medo. Um rosto revela-se e
Daniel solta um grito abafado. Não é possível! O vulto afasta-se e tira uma
galinha preta de um saco. Com uma destreza impressionante e sem qualquer ruído,
uma lâmina corta o pescoço da galinha e deixa-a sangrar na fogueira. Daniel faz
um esforço para aguentar o estômago. Ajeita-se no arbusto e fita aquele rosto,
que já viu tantas vezes. De repente os seus olhares cruzam-se, por breves
segundos, na escuridão. Foi descoberto. Daniel começa a correr, assustado, e
tropeça num tronco, caindo no chão. Um ramo pontiagudo trespassa-lhe o peito.
Agora é Daniel quem sangra. Faz um esforço para se levantar, mas não é capaz. A
vista tolda-se, um vulto aproxima-se, a vida foge-lhe. "Não devias ter
vindo aqui", diz-lhe uma voz doce. Daniel e a aflição de um gemido. Não é
capaz. As forças abandonam-no. Lentamente, morre.
Spooky :)
ResponderEliminarsim, já não vou dormir hoje
ResponderEliminar:(