quinta-feira, 26 de julho de 2012

Pó de Arroz


1939. Batalha de Brest. Narciso ajeita-se na trincheira. Pelo ar, voam granadas. À sua volta, o ruído ensurdecedor dos disparos. Ao longe, o troar dos canhões. "Raios partam a Guerra", pensa. "Isto está-me a dar cabo da pele!"
-"Arnaldo, toma aqui conta disto que eu tenho que ir arejar."
Arnaldo anui e assume o posto. Arnaldo acha que é o Rambo. Narciso dirige-se ao sofá das comunicações, tentando não pisar ninguém nem sujar as botas. Pega no telefone e liga ao esteticista da Companhia.
-"Nando, preciso de uma limpeza de pele."
-"Tenho livre às quatro."
-"Marca!"
Pousa o telefone. Suspira. Rebenta uma granada. Narciso tira do bolso um espelho e observa o rosto. "Que desagradável, estou cheio de terra!"
No regresso, encontra Arnaldo em dificuldades.
-"Ó Arnaldo, já estás sem um braço! É sempre a mesma coisa, não te posso deixar a tomar conta de nada."
Arnaldo encolhe o ombro e devolve um morteiro ao inimigo. Entretanto, o silvo da sirene soa na trincheira. Pousam-se as armas e lavam-se as mãos. É meio-dia, hora de almoço na Guerra.


4 comentários:

  1. AHAHAH
    Adorei, desenvolve mais disto que está muito lá.
    Única crítica: se calhar, o "anui" foi mal escolhido...

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  2. "anui" é ligeiramente mais pequeno que "abana a cabeça afirmativamente" :p

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  3. entendo o que pretendias... mas soa-ME mal, mesmo assim
    Sorry

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  4. entendo o que pretendias... mas soa-ME mal, assim mesmo
    Sorry

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