-"Põe aqui a mão, sente!", diz Elisabete à mãe. "O Tomás está-se a mexer!"
A mão da mãe no ventre da futura mãe. Aquela mão que já acarinhou muitas vindas ao mundo sente o movimento da vida que germinou, que cresce, que em breve nascerá.
-"Finalmente vamos ter um menino na família!"
Entretanto, na placenta...
-"Vais ter um menino vais, se querias tanto um rapaz ao menos davas-lhe nome de homem! Deixa-me crescer e vais ver para que lar vais de férias... Tenho que sair daqui, como é que se abre a porta? Já estou farto deste cubículo, nem uma janela, nem uma casa de banho. Líquido amniótico o tanas, que isto não tem autoclismo! No pasa nada aqui! Vou largar bolhinhas. Ao menos com as porcarias que tu comes, gás não me falta. E também já tiravas daí a mão, avozinha, que tá calor cá dentro. Irra, mal vejo a hora de deixar a vida de tamagotchi. Quando crescer vou ser marinheiro, percorrer os sete mares, só para não ter que vos ver a tromba. Avó, já disse para tirares daí a mão, porraaaa!"
-"Olha, deu um pontapé! Que coisinha mais fofa!"
Sem comentários:
Enviar um comentário