quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Semear. Colher. Vencer.


Já não é a primeira vez. Sob o telhado pagódico, na face remota daquela ilha, da sua ilha, encontram-se. Mais que um refúgio, um esconderijo. Um lugar proibido, assim como o seu amor. Ali se juntaram ao longo de seis anos, longe dos olhares mortíferos de quem desaprova. Sob aquele tecto, floresceram dois amantes furtivos, ficou tudo o resto para trás, sobrou apenas o Amor. À sua frente, uma janela para o mar, a imensidão que os define, uma esperança ténue que os guiou. Mas hoje, os motivos são outros. O Imperador seu pai tem planos para Ela. O Amor não faz parte deles. Muito menos Ele, desconhecido só com a vida para oferecer. Hoje, despedem-se. Hoje, celebram um amor que se espraia através do futuro, eterno, que cada um carregará consigo. Abraçam-se, envoltos no resplendor da Lua, alvo, sincero, sem censura. Olham-se uma última vez, cheios de tudo, crentes de nada.
 -"Acabou." - diz Ela.
 -"Nunca acaba." - diz Ele.
Há seis anos, o Amor semeou. Hoje, o Amor colheu. Hoje, o Amor venceu.

Foto e conto por Pedro


1 comentário:

  1. Porque é que as vossas histórias de amor me fazem chorar SEMPRE, porra? Isto não pode ser! Até começa a pensar que o defeito é meu, não é?
    Quero já o livro de reclamações

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