quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O Avesso da Minha Pele


- És tão bonita! – disse ele ao olhar para o meu corpo nu.
Naquele último e derradeiro momento de prazer tudo era doce. Maior que o mundo. Que o fim de todas as coisas.
O toque. O cheiro. O beijo. O desejo.
Ainda sem me tocar já o meu corpo se dava aos seus pensamentos como que adivinhando o caminho já desenhado tantas vezes e atalhado tantas outras, contorcendo-se em movimentos de uma sensualidade quase imaculada.
‘Devo levá-la comigo nesta loucura?’, pensou ao olhar-me nos olhos.
‘Quero-te tanto’, responderam eles.
A pressão daquele corpo forte sobre o meu peito fez-me tremer. ‘Huuumm’.
Nada era proibido, só já não era tão consentido…e entregámo-nos!
Sentia o teu corpo tremer quando me abraçavas!
Um casaco…uma camisa…as calças…a liga. De repente toda a camada de pele falsa que protegia os nossos corpos estava espalhada pelo chão e os nossos corpos, nas mãos um do outro.
Trazias contigo o cheiro exótico de uma paixão de pele! Tudo em ti era energético, forte, envolvente e sentia-me mendigar por ti e cada curva do teu corpo!
Chamavas por mim, quente e livre…assim me entreguei.
Com a aurora veio o sabor amargo do fim quando os teus lábios apenas me disseram
 ‘bom dia’.

 Foto e conto por Rita

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