quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A Vizinha



- Ó Maria Alcina, estás melhor dos rins?
- Na mesma.
- Anda a gente a gastar um dinheirão em comprimidos e não fazem nada. Olha a minha vizinha, coitada, que continua com a boca uma lástima.
- Benza-a Deus.
- Até assusta… Luís Miguel, anda para ao pé da avó, se faz favor.
[…]
- Tenho agora lá em casa um ferro de engomar que é uma maravilha. Ofereceu-mo o meu mais velho.
- Ai sim?
- Diz que é de caldeira. Aquilo engoma que parece manteiga. Philips!
- Ah, é bom…
- Bem melhor que o da minha vizinha, que veio armar-se com o dela. Mas não é de caldeira!
- Pois…
- É… Luis Miguel, ainda vais cair à água, raios partam o miúdo. Não te volto a chamar!
[…]
- Ó Maria Alcina, então e o Senhor Charmoso?
- Oh, não sei nada dele.
- Mas sei eu! Tenho-o visto a cirandar lá na minha rua. Anda muito amigo da minha vizinha.
- A sério? Conhecem-se?
- Abre-me esses olhos, mulher! Achas que ela tem a boca de lado porquê? Àquilo, na minha terra, chama-se galdéria!
- Ah!
- Brincas… Ó Luis Miguel, já estás dentro de água, meu cabrão! Espera que já aí vou. Nem sabes de que terra és!…

4 comentários:

  1. Confesso-me aqui ansiosa à espera que batessem as 00:00 para publicar o conto esta semana!
    Adorei, fez-me rir e vou descansar bem disposta!

    Bom resto de semana a todos :)

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