“Ah, Portugal… que só estás bem a sofrer.
Do futebol à economia, só estamos bem a sofrer. Quando não temos motivos para tal,
arranjamo-los. Vivemos dessa adrenalina, dessa herança, desse fado de tempos
idos. A nossa mentalidade alimenta-se do sofrimento instalado no nosso país. O
problema, Portugal, é que com esta atitude estás a mandar todos embora, como já
o fizeste no passado. Provocas esta dicotomia de sentimentos naqueles que em ti
vivem, que começa por parecer rebeldia, mas aos poucos, satura. A minha geração
começa a preferir assentar arraiais noutro lado, para ser capaz de te valorizar
como mereces. Prefere desfrutar de ti durante um mês a aturar-te um ano
inteiro. És uma nação com mau feitio, altiva, arrogante a espaços. Colhes
aquilo que semeias…”
Luís decidiu emigrar. Não sente que tenha
outra opção, acha mesmo que o seu lugar não é aqui. Sentado no alto do Parque, olha
para a bandeira lá bem em cima, símbolo da nação que o viu nascer.
“Ao menos esta não está ao contrário…”
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