sexta-feira, 14 de junho de 2013

Angústia


“Ah, Portugal… que só estás bem a sofrer. Do futebol à economia, só estamos bem a sofrer. Quando não temos motivos para tal, arranjamo-los. Vivemos dessa adrenalina, dessa herança, desse fado de tempos idos. A nossa mentalidade alimenta-se do sofrimento instalado no nosso país. O problema, Portugal, é que com esta atitude estás a mandar todos embora, como já o fizeste no passado. Provocas esta dicotomia de sentimentos naqueles que em ti vivem, que começa por parecer rebeldia, mas aos poucos, satura. A minha geração começa a preferir assentar arraiais noutro lado, para ser capaz de te valorizar como mereces. Prefere desfrutar de ti durante um mês a aturar-te um ano inteiro. És uma nação com mau feitio, altiva, arrogante a espaços. Colhes aquilo que semeias…”
Luís decidiu emigrar. Não sente que tenha outra opção, acha mesmo que o seu lugar não é aqui. Sentado no alto do Parque, olha para a bandeira lá bem em cima, símbolo da nação que o viu nascer.

“Ao menos esta não está ao contrário…”

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